quarta-feira, 20 de novembro de 2019

pedacinhos...

Pedacinhos...Guilherme Arantes escreveu essa música e em uma das conversas que tive com meu pai ele a colocou pra tocar. É linda, mas fala: “Pra que ficar juntando os pedacinhos do amor que se acabou? Nada vai colar, nada vai trazer de volta a beleza cristalina do começo e os remendos pegam mal. Melhor nem tentar! Afinal, a gente sofre de teimoso, quando esquece do prazer. Adeus também foi feito pra se dizer... bye bye” (https://www.youtube.com/watch?v=BqwJ5LOIHV0)
Essa música mexe comigo de um jeito, por que me pergunto pra onde foi parar a relação linda que eu tinha com meu pai e eu acho que é explicável pelo fato de que eu cresci e isso é uma merda.
Crescer talvez seja a coisa mais difícil do mundo, por que transforma e por mais coisas boas que proporciona, te tira uma parte feliz e que você deseja todos os dias voltar, mas que tá no passado e as lembranças acaba por te sufocar.
Eu me sinto sufocada todos os dias por que a vida me distanciou do meu pai, não fisicamente, nem por presença, muito menos por amor, mas alguma coisa aconteceu, a gente sente. Eu e ele sentimos.
Meu pai nunca deixou de ser o melhor pai do mundo, mas não somos os mesmos que 10 anos atrás e eu daria tudo pra restabelecer a relação que tínhamos naquele tempo.
Nos últimos anos tentamos buscar um culpado, entender o que aconteceu, mas nada conseguiu consertar. Diz droga de vida, o que você fez comigo e com meu pai pra gente ter se perdido?! Alguém me explica, porque eu não consigo consertar as coisas e eu sinto muito.
Estou escrevendo em prantos, às 7:30 da manhã, porque já fazem mais de 15 dias que não nos falamos, por uma discussão e porque somos igualmente orgulhosos pra reconhecer nosso erro. Mas sabe do que eu tenho medo? De perder meu pai pra sempre, e isso me tira o foco e dói muito.
Se você ouvir “cheia de charme”, também de Guilherme Arantes (https://www.youtube.com/watch?v=nVQf4vpIEbQ), você vai entender. Meu pai me contou sobre o que ele sentiu quando eu nasci com a letra dessa música e era só amor. Mas que amor é esse? Eu sei que ele não se acabou, mas o que aconteceu com ele e porque ele machuca? Eu gostaria de entender, mas até agora são perguntas sem respostas.
O que resta fazer com esses pedacinhos no qual me encontro? Só sei que esse adeus não foi feito pra se dizer. E por mais que nunca mais voltemos a ser como éramos, só somos assim por que já fomos.
É praticamente impossível que ele leia isso, mas eu não desejo nunca mais sentir essa angústia. E apesar dos pesares, ainda há amor.

Ariadne, 20/11/2019. 






segunda-feira, 18 de novembro de 2019

passatempo e faz um texto

   Isso que você está prestes a ler, foi escrito por mim enquanto o tédio de esperar o horário de poder sair da prova do Enem com o caderno reinava em mim. Por incrível que pareça, eu ainda não o li por inteiro, porque simplesmente depositei o que pensava no momento. É inevitável que eu não tome nota do assunto, mas até essa palavra eu não lembro nem o tema do texto, então, por esse motivo, leremos juntos o que se passava na minha cabeça enquanto fazia a prova, até um ano atrás, mais difícil da minha vida, e esse texto, pode te fazer e me fazer ver que o monstro do vestibular não é mais o mesmo monstro, porque novos monstros surgiram.

  Agora vai começar, espero que tenha coerência pois não alterarei uma palavra sequer do que produzi em três de novembro de dois mil e dezenove. let's?

  Comecei a estudar para o Enem em 27/12/2017 e até maio/18 estudei pelo menos 10h todos os dias, exceto os 4 que passei no ceará. Minha cabeça ficou superlotada, meu sono desregulado, saúde fraca e ansiedade a mil, além das notas mais baixas que tirei na minha vida. Foi preciso desacelerar. Aquele velho "volta uma casa pra andar duas". Isso aconteceu comigo. Melhorei minha qualidade de vida, minhas notas e meu coração. Não parei de estudar, tanto é que até nas férias eu estudei, mas porque faz parte de mim. Fazia os simulados, resumos, mas não deixei isso me impedir de viver.
   2018 foi um dos anos mais intensos da minha vida. Era medo, medo do fim e isso fez com que eu quisesse aproveitar tudo, e eu aproveitei. O coração foi se acalmando, até que meu monstro chegou... a escola já havia acabado, faltava somente os eventos da formatura. A prova foi feita, sofrida e o resultado foi aguardado com ansiedade e angústia, até que ele saiu e foi exatamente 666(o numero da besta kkk), a média que eu havia tirado em todos os simulados bernoulli (eu reproduzi o que estava apta a fazer, não vamos romantizar) e eu estive feliz até ter que escolher o que cursar. ProUni, SiSu.. e a fantasia que eu tinha criado de que gostaria de cursar direito por convenção social mesmo, mas veio a danada da geolinda( que roubou meu coração a muito tempo) que voltou pra ganhar o lugar dela. Eu fui, com medo, muito medo, mas fui...
   Passou o 1º período, cheio de emoções e novas descobertas, inclusive aprender a andar de ônibus... até que eu me vi virando dona de mim, e não mais a filha dos meus pais e amiga dos meus amigos.. eu tava me tornando Ariadne, apenas mais uma pessoa que responde por si (mesmo com todo o caos interior), que briga todos os dias pelo seu lugar no mundo e que aos poucos foi sendo reconhecida por aquilo que é, e não por todo aparato do passado, embora recente, mas passado.
   O 2º período chegou e eu fui testada pela 1ª vez na UF e ganhei o PET de presente. Ganhei outros presentes, pessoas de presente e pessoas presentes e mesmo com todo surto diário, eu disse d-i-á-r-i-o, eu to feliz e nem um pouco perto do fim do caminho, mas em busca do meu caminho.
   Cá estou eu, 1 ano depois, fazendo a prova que de alguma forma mudou minha vida (minha vida teria mudado de qualquer jeito), mas sem o peso na consciência e com a mente preocupada com os prazos das disciplinas no DCG. Hoje ( no caso, 03/11/19), não me vejo mudando de vida, de escolhas, porque eu to feliz por estar encontrando minha essência.
   Escrevo esse texto pra provar que sou sublime... kkkkk, brincadeira, é pra passar o tempo infernal de espera que está deixando minha bunda quadrada de tanto tempo sentada. Não me pergunte porque to esperando, mas estou aqui, testando minha paciência e escrever é uma válvula de escape e eu acho que vou fazer isso no meu futuro próximo de aplicar provas.
   Não gostei muito do tema, mas fazer o que? Pelo menos a frase da minha prova é "teremos coisas bonitas pra contar", e é isso que to fazendo aqui, nesse texto aleatório, mais um aleatório.. isso é um começo da minha história.


  beijo, beijo. foi massa. até.
                                           
  Ariadne Ferraz Vieira. 03/11/19 redigido em 18/11/19