sexta-feira, 25 de outubro de 2019

A distância não separabólica

Sobre esse tal de ninho vazio... é bem real. Quase 7 anos que, sem pedir licença, a sisa chegou aqui em casa e mudou tudo, e pela primeira vez ela vai dormir sozinha fora de casa. Sei lá, a casa ficou tensa, criou-se uma expectativa de: "como será que ela vai reagir?"(Por que no meu caso essas noites fora de casa sempre acabavam em chororô e uma ligação de: "vem me buscar?!") O ninho vazio chegou no grau pai, mãe e irmã mais velha e ao contrário do que muitos romantizam é o vazio que sentimos quando queremos prender mas precisamos deixar nossas crianças crescerem e isso não é um mar de rosas, é doloroso pra quem fica. Será que vão cuidar como cuidamos? porque é nosso bem mais precioso, é nossa joia rara e o medo toma conta. Em cada passo, é o misto de sentimento em ver ela ganhando asas e infelizmente não sendo somente o nosso colo capaz de dar tudo que ela precisa. Por mais que doa, é preciso se acostumar o quanto antes com esses vôos, por que depois eles são mais dolorosos e eu vivo na pele esse processo de vôo regado de superproteção. Quando uma criança surge na nossa vida, achamos que precisamos resguardá-la, e sim, mas não somente. Não é legal criar uma redoma, não é saudável, mas as vezes é inevitável e o que ainda dá pra fazer? Acredito que se acostumar com os vôos e cativar para sermos um porto seguro, porque, de fato, não somos donos de ninguém. 


25/10/2019
Ariadne Ferraz Vieira 🌻

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